sexta-feira, 29 de agosto de 2008

É isto que sinto

Na cidade dormitório
Onde o sol se põe cinzento
E o bel-canto da cigarra
Jaz mudo sob o cinzento

Quando a noite cai sombria
Com seus ténues lampadários
Luzindo na simetria
Dos novos bairros operários

O meu coração vadia como um lobo solitário
Na tristeza de um subúrbio

Pinto apelos em murais
Esfumo a noite em olheiras
Deslizo na hora do lobo
Sigo o rastro das padeiras
Afio as minhas armas brancas

Nas esquinas de metal
Cravo-as bem fundo nas ancas
Da cintura industrial

O meu coração vadia como um lobo solitário
Na tristeza de um subúrbio

Silva a hora do comboio
Treme na erva o orvalho
Corações da outra banda
Apressam-se para o trabalho

Com olhos mal acordados
Brilho vestido ao contrário
Como peixes alucinados
Às voltas no seu aquário

O meu coração vadia como um lobo solitário
Na tristeza de um subúrbio


Rui Veloso

domingo, 24 de agosto de 2008

À minha Inês

Bonita. Sensível. Chorona. Inteligente. Amiga. Tímida. Extrovertida. De largo sorriso.
Admirada por muitos em tudo o que fazes. Sempre com uma mão forte que acaricia quem precisa. Escondes a verdade com receio de ser mal interpretada. "Emoção" é a palavra que melhor te define. Estamos longe, estamos perto. Tão diferentes, tão iguais. Não importa. O que interessa é que fico feliz sempre que te tenho a meu lado.

És um dos meus amores... há 21 anos.

Parabéns querida!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Pensamento

Todos os anos tenho esta sensação. Sempre que chego de férias parece que o calor acaba. Não sinto frio, mas o que é certo é que não me sufoco com aquele calor que me faz torrar ao sol horas a fio.
Esta noite até já dormi tapadinha...

Talvez seja um bocadinho de inveja de quem parte agora para o descanso!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Que saudade é esta?

Que saudade é esta que me leva até à janela que nunca abro, que me leva a olhar para a lua para pensar em tudo e em nada? Que me faz ver nos outros o teu rosto feliz ou os teus olhos que nunca me enganaram. Ouço músicas a que até posso chamar os meus "guilty pleasures" e lembro momentos. Imagens, cenas, um perfume que não se afasta, voltam ao meu pensamento de repente.
Mas que saudade é esta que me leva ao distante, trazendo-me recordações, desejos verdadeiros, como se estivesse a lutar contra o tempo?
Preciso respirar fundo para ganhar fôlego, pois este aperto que sinto no peito parece uma voz ao longe a chamar-me, uma sensação de presença...
Mas que dor é esta que me faz desejar apagar anos da minha vida e começar a viver um tempo que não passasse?
Dou conta de que não vivo, apenas existo e esta saudade apenas chora o meu engano.
Dói...