quinta-feira, 12 de junho de 2008

Essa coisa do desespero

Não é o meu coração que sente. Não é a minha cabeça que pensa. Não são os meus gestos que me denunciam. São os meus olhos que me atraiçoam. Olhos que não conseguem sorrir e reflectem uma visão retorcida do que vejo. Dou voltas pelo jardim, oiço os pássaros e os gritos das crianças. Irrita-me o sorriso dos outros e penso: "Será que estão como eu?" O riso deles parece-me disfarçado, mas ao mesmo tempo tão real! O que se passa? O problema é meu ou deles? Na realidade isso pouco me interessa. Estou rodeada de gente boa que por vezes deixa sair um lamento finjido. Finjido sim, eu sei. E sinto.
Acordo, corro a comprar o jornal (sem antes lamentar o dinheiro que vou gastar e que, somado, pode vir a fazer falta), vagueio pela net à procura de emprego. Comerciais, comerciais e mais comerciais. Não foi para isso que estudei e não é para isso que tenho vocação. Possibilidades nas grandes superfícies do grupo Sonae é o mais simples de encontrar. Não tenho qualquer pudor em trabalhar em determinados sítios. Só acho que devo tentar ir um pouco mais longe. Quero acreditar que vou conseguir.
Neste momento sinto que me estou a deixar ir abaixo. Mas vou-me agarrar ao sorriso mais lindo do mundo e à alegria contagiante do meu Bi para que lhe possa dar tudo aquilo que ele merece.

E não vou voltar a falar deste assunto.

Estou tentada a candidatar-me à proposta de emprego da Ginjinha, mas apenas com um café no horário do expediente não me sustento ;)

1 comentário:

Espalha Brasas disse...

Minha querida,

Se eu souber de alguma coisa, digo-te.