sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Velha infância

Liguei o rádio esta manhã e ouvi isto. Pensei que me tinha enganado mas era, afinal, uma rábula.

Depois de por breves segundos pensar que estava perante um som ridículo, recuei imediatamente uns bons anos e lembrei-me dos meus 8/9 anos.
Esta música foi, digamos que "a banda sonora" de um teatro de catequese no qual participei. Não me consigo lembrar de mais nada a não ser da música, do facto de existir um sapateiro e de eu ser uma das suas clientes.
A catequista Fátima (só podia) era uma jovem que tinha namorado e isso fazia-me espécie. "Então mas ela não pode ter namorado. Ela é freira!", pensava eu. Mas também nunca ninguém me explicou e eu continuei com esta ideia até descobrir que todos são filhos de Deus. Soube mais tarde que sofreu um grande desgosto de amor e acabou mesmo por se render ao mosteiro...
A sala das aulas era fria e o espaço cheirava a velas ardidas. Havia uma mesa castanha rectangular ao centro. De lá, lembro-me de olhar pela janela grande e ver as restantes salas dispostas em U e o pequeno jardim no centro. Foi aí que registei as fotos da primeira comunhão. Linda, num vestido branco de bordado inglês, qual anjnho!
Terminadas as aulas, passávamos pelo enorme salão onde se impunham gritos estridentes de maneira a que fizesse eco e daí saíamos a correr para não sermos apanhados... Como se os acólitos lá do sítio não soubessem!!
A próxima paragem era na pastelaria do Sr. Miguel onde comprava uma tijelada ou uma bolema, sempre! Íamos depois para o largo da igreja onde se via, e vê, passar toda a gente...

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